tomar entorpecentes não está adiantando
a mente não pára
a cabeça é pequena demais
o homem é mais do que isso
é preciso morrer pra poder escrever
dormir de olhos abertos
ver a escuridão
nascer de novo pra poder acordar
cair na tentação
perder o sentido de si mesmo
maltratar a própria matéria
enlouquecer outra vez
e se suicidar
eu vejo você lá no futuro
um futuro sem fim
um futuro sem mim
você será livre
e dono dos seus passos
não te carregarei mais nos braços
porque não precisarás do meu amparo
tudo o que é real se imagina
antes de ser concreto
enxerga o que não vê
faz o ireal acontecer
tua realidade é teu universo
some de si
procura outro igual
mas só que diferente
nem tudo o que está é
mas tudo o que é sempre estará
tem a coragem de se mostrar
nem tudo o que é torto deve ser direito
é um formato distinto de estar no mundo
não sou eu que sou louca
os outros que são normais
o grande conflito da nova mídia
está no enigma do homem
e o tão da física soluciona
loucura é permitir você ainda aqui
volta pro teu espaço
deixa-me com meu quantum existencial
leva embora tu angústia
não me deixas lembrança
o concreto se difere do abstrato
na condição de quem vê, existe e sente
saber envolver não é saber amar
mas sim saber ocupar
o fato de simplesmente ser e existir
fim do que era nosso
já era o que foi dito
some no infinito
não volta mais
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